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- Tá vendo? Eu não disse. Olha só aqui.
- O que mulher?
- Esse teu filho que tu vive mimando. Tava arrumando os caderninhos de escola dele e olha só o que eu encontrei. Uma indecência. Vê se isso é coisa que criança ande pensando...
- Ele só tem dez anos, deve ter sido um amiguinho dele que deu isso pra ele.
- Não interessa, é imundo e doentio. Alguém pra escrever um poema desses tem que ter uma mente doente, isso é coisa de gente louca.
- Ah, Marta, cê tá exagerando...
- Não vem com essa de ah, marta! Cê vai me prometer que quando ele chegar da rua cê vai ter uma conversa séria com ele.
- Tá bom, tá bom...
- Eu tô falando sério!
- Eu sei! Eu já disso que falo com ele porra! Agora sai daqui e me deixa eu terminar minha cerveja.
- Hmf... não diz que não avisei.
Malditos homens. Uns imprestáveis, isso é que são. Minha avó sempre dizia, homem não serve pra nada, só pra trazer dinheiro e pra guerrear. Homem dentro de casa, então, cruzes, esse só serve pra incomodar, só bebe e dá trabalho o dia inteiro. Bem que o presidente falou, aposentado é tudo vagabundo, tem mais é que baixar o cacete.
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