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Mergulhando no ar
Anacreonte von Giq
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Com um longo bater das asas, alçou vôo a borboleta, preguiçosamente. Seu corpo preto e asas amarelas contrastavam com a vegetação verde e o céu limpo daquele dia de sol. O ar era puro. O campo imenso e isolado. Deitado na grama observo agora a borboleta, e como o seu movimento leve e ondulatório transfigura o presente, misturando passado e futuro, criando uma ordem cronológica na qual o futuro, por vezes, é o único que pode explicar o passado.
Eu te amo! Ela me disse, assim como disse e dirá tantas outras vezes no futuro. Um dia quem sabe eu abra meus lábios e a beije, o que poderá fazer com que um dia eu a tenha amado.
Agora porém vamos dar um salto no tempo. Vamos à uma época sem sentido nem traumas, uma época de inocência. A descoberta da metafísica.
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